Segundo a Corporación América Airports, que opera 52 aeroportos em todo o mundo, incluindo o Aeroporto Internacional Ezeiza, na Argentina, as restrições de voos em função da pandemia resultaram em uma queda de 98% no tráfego de passageiros em 2020. “Esta é a pior ruptura na história desta indústria desde que se tornou popular há 50 anos”, disse o CEO da CAA, Martin Eurnekian.
Mas, apesar de tudo, Eurnekian acredita que a pandemia provavelmente terá um impacto positivo duradouro nessa indústria, forçando os aeroportos a adotar recursos de design e tecnologias mais avançadas, que poderiam ter levado anos para serem implementados se não fosse o advento do COVID-19. “Da mesma forma que essas mudanças se aceleraram durante a pandemia em diversos aspectos da vida, acho que veremos a mesma coisa acontecer nos aeroportos”, disse ele.
No centro deste cenário está a preocupação com a qualidade do ar interno das instalações aeroportuárias.
Em uma entrevista para a revista AviationPros, Josh Jacobs, diretor de códigos e padrões ambientais da UL (Underwriter Laboratories), disse que o foco na melhoria da qualidade do ar interno se tornou uma dimensão importante na estrutura de segurança dentro dos aeroportos.
“Muitos estudos que estão sendo publicados sobre o COVID dizem que quanto melhor fluxo de ar, menos partículas em suspensão você tem no ar, menor a chance de sobrecarga do vírus COVID-1”, disse ele. “Não temos ideia de como será a próxima pandemia. Provavelmente estará no ar.”
Aeroportos e a disseminação de doenças
Um estudo realizado em parceria por pesquisadores da UFBA e das universidades federais de Goiás (UFG) e de Jataí (UFJ), analisou a influência que algumas variáveis como clima, distâncias geográficas, aspectos socioeconômicos e conexões internacionais via transporte aéreo têm sobre as taxas de crescimento de Covid-19 entre os países mais atingidos pela doença no mundo.
Entre as variáveis pesquisadas, o maior impacto observado nas taxas de crescimento da doença está relacionado aos transportes aéreos e suas conexões entres os diferentes países e aeroportos. “Ao analisar esses fatores, mostramos que a exponencial de crescimento da covid-19 não é impulsionada por variáveis climáticas e socioeconômicas. Em escala global, é explicado principalmente pela importância do país na rede de transportes”, diz o estudo.
Por outro lado, a pouca conexão com os países europeus e asiáticos também vem sendo apontada como um fator para os baixos índices de contaminação – até agora – por certos países da África.
Tecnologias disponíveis
O que os aeroportos podem fazer hoje para se adequar aos novos tempos, e se preparar para futuras pandemias? Apostar na adesão ao programa de Edifícios Saudáveis, com foco na qualidade do ar interior, está sendo um começo.
Aeroportos como o El Dorado, de Bogotá, e o Aeroporto de Torino, na Itália, implementaram a sanitização do ar interior fazendo uso da tecnologia ActivePure, hoje considerada a forma de desinfecção de ar mais eficaz disponível no mundo.
Trata-se de uma evolução disruptiva da Ionização Rádio Catalítica, que resultou na aprovação para uso como Medical Device classe 2 pelo FDA, a “Anvisa” americana, após inúmeros testes de eficiência e segurança. Além disso é a única tecnologia reconhecida e presente no Hall Of Fame da Nasa.
Testes realizados em laboratórios militares nos EUA comprovaram a eficácia de ActivePure na inativação do Sars-COv 2 presente no ar em tempo recorde de 3 minutos.
Capaz de eliminar diversos vírus, bactérias, gases tóxicos e fungos prejudiciais à saúde humana, a tecnologia ActivePure vem sendo aplicada tanto na desinfecção do ar interno quanto de bagagens e demais pertences que podem carregar e disseminar microorganismos.
Junte-se a tais medidas a implementação da desinfecção aérea dentro das cabines das aeronaves, e teremos um nível de segurança microbiológica ainda maior dentro dos aeroportos.
Conclusão
A pandemia do coronavírus veio mostrar que os administradores de instalações aeroportuárias possuem uma enorme responsabilidade nas mãos. Repensar o conceito de segurança interna, incorporando medidas sérias de âmbito microbiológico, será essencial para se retomar as atividades e reconquistar a confiança dos usuários.
Fontes:
https://spinoff.nasa.gov/Spinoff2018/cg_2.html
https://www.bloomberg.com/press-releases/2020-06-30/fda-grants-class-ii-medical-device-clearance-for-aerus-medical-guardian-with-activepure-technology