Cuidados com o ar são tão importantes quanto com a água: Fórum Brasindoor Escolas reúne mais de 100 pessoas para abordar a questão 

1 de agosto de 2023

Da mesma forma como filtramos a água, usamos protetor solar e óculos de sol para nos protegermos, temos que cuidar também da qualidade do ar que respiramos. Essa foi a principal mensagem do Fórum Brasindoor Escolas, que aconteceu dia 27 de julho, em São Paulo, e abordou, em especial, a questão da qualidade do ar interno nas escolas. 

O evento, que foi realizado pela Brasindoor – Sociedade Brasileira de Meio Ambiente e Controle da Qualidade do Ar de Interiores, em parceria com o PNQAI – Plano Nacional de Qualidade do Ar Interno, reuniu diversos pesquisadores renomados, além de representantes do governo nas esferas municipais, estaduais e federais.  

A abordagem é relevante e urgente. Segundo dados da OMS, a poluição do ar causa mais de 7 milhões de mortes prematuras em todo o mundo. A estimativa é de que uma a cada dez mortes no mundo esteja associada à poluição do ar, mais do que as causadas por acidentes de trânsito. No ambiente escolar, o assunto chama ainda mais atenção. 

Segundo vários especialistas que se apresentaram no evento, a má qualidade do ar interfere diretamente no desempenho escolar e na capacidade de aprendizagem, sem contar o aparecimento de doenças, como dores de cabeça, bronquite e asma.  

A afirmação foi ratificada pelo professor da FGV, Dr. Weeberb João Réquia Júnior, que apresentou estudos realizados nos Estados Unidos e no Canadá que associam a baixa qualidade do ar à demência, por meio do comprometimento do sistema cognitivo. 

Contudo, o dado mais alarmante é o de que o ar poluído reduziu o desempenho de estudantes no ENEM em quase 2%. “Fizemos um estudo em 25.390 escolas entre 2000 e 2020, e foi constatado que a alta concentração de dióxido de nitrogênio está associado a uma redução de até 76,48 pontos na nota da prova”, explicou Júnior. 

A grande questão é: como resolver o problema mesmo diante de cidades cada vez mais poluídas? Segundo Leonardo Cozac, presidente da Brasindoor e CEO da Conforlab, a solução é muito mais simples do que parece. Dada a dificuldade em controlar os níveis de poluentes, a população precisa desenvolver o hábito de cuidar do ar interno.

Para o especialista, a utilização de filtros e purificadores é essencial para controlar a qualidade do ar dentro de nossas casas, escolas ou edifícios comerciais. “Como passamos a maior parte das nossas vidas em ambientes fechados, precisamos aprender a importância de medir e monitorar a qualidade do ar de forma contínua a fim de evitar tantas doenças e mortes prematuras. Precisamos encarar a qualidade do ar interno com a mesma seriedade com que tratamos a qualidade da água que bebemos”, destacou. 

Além da utilização de mecanismos que ajudem na purificação, Paulo Jubilut, vice-presidente do PNQAI e CEO da Millicare, destacou a importância da correta higienização de tapetes, carpetes e demais superfícies têxteis, que são fundamentais para a eliminação de resíduos e microrganismos que promovem o aparecimento de bactérias, fungos e até mofo. “As coberturas têxteis trazem conforto térmico, acústico, estético e segurança, masprecisam ser bem cuidadas para que sejam boas aliadas da qualidade do ar”, apontou. 

O Fórum contou com a apresentação de diversos especialistas que abordaram, entre outros temas, um projeto de pesquisa de qualidade do ar interno em sala de aula na USP, a diferença entre ventilação natural e mecânica, e o case do colégio Bandeirantes, de São Paulo, apresentado pelo arquiteto José Luiz Lemos, arquiteto da aflalo/gasperini arquitetos, que reformou seu prédio considerando a segurança da qualidade do ar para garantir o bom desempenho dos alunos. Sua presença reforça a importância da participação dos arquitetos em debates como este, construindo ambientes mais seguros desde sua concepção. 

Além de vários artigos científicos e teses de doutorado apresentados sobre como monitorar a qualidade do ar em salas de aulas, a relação com o desempenho dos alunos, as intervenções tecnológicas para mitigar a transmissão de patógenos, a Dra. Roberta Karla Barbosa de Sales falou sobre os efeitos da poluição na saúde mental. “A alta concentração dióxido de nitrogênio prejudica o desenvolvimento cognitivo das crianças, em especial de 03 a 09 anos”, destacou.  

Uma vez evidenciada a importância da qualidade do ar interno, outro ponto questionado é como monitorar e fiscalizar as irregularidades. Para isso, o Dr. Ricardo Crepaldi, especialista em sustentabilidade, apresentou detalhes técnicos da ABNT NBR 16.000-40, que aponta diretrizes para o limite aceitável de partículas poluentes em cada ambiente.  

Por fim, o biólogo André Castilho, autoridade sanitária na COVISA – Coordenação de Vigilância Sanitária em Saúde do Munícipio de São Paulo, abordou a importância da fiscalização para garantir ambientes internos mais saudáveis. “Nós cumprimos as normas, mas a obrigação de fiscalizar e denunciar ambientes inadequados é de todos. Esse é um problema social e todos somos responsáveis pela sua mitigação”, finalizou.

Logo Ecoquest

A Ecoquest

Somos uma empresa com ampla experiência em soluções para tratamento do ar interno e do ar de exaustão, construindo histórias de sucesso em diferentes segmentos do mercado.

Artigos Relacionados

Ondas de Calor: passando cada vez mais tempo em ambientes climatizados, precisamos mais que nunca atentar para Qualidade do Ar Interior

Qualidade do Ar em Manaus evidencia urgência por tecnologias de tratamento do ar interior

Movimento liderado por mães pede mais qualidade do ar nas escolas de Winsconsin

Inscreva-se em Nossa Newsletter

Ao se inscrever você concorda com os termos da Política de Privacidade