O mundo está vivendo uma nova era marcada pelo fogo. Cientistas a chamam de “piroceno”, um período em que os incêndios florestais não são apenas eventos sazonais, mas forças globais de transformação ambiental, econômica e social. Dos megafires na Austrália a temporadas devastadoras no Canadá e em países do sul da Europa, como Grécia e Portugal, o fogo avança em intensidade e frequência. O que antes eram crises pontuais hoje se tornou um desafio planetário, alimentado pelo aquecimento global, secas prolongadas e ondas de calor cada vez mais severas.
A crise brasileira de 2024
O Brasil também viveu um episódio grave em 2024. No interior de São Paulo, queimadas em plantações de cana-de-açúcar se alastraram por vastas áreas agrícolas, interrompendo estradas e provocando blecautes. Ao mesmo tempo, no Norte e no Centro-Oeste, incêndios em áreas de floresta e Cerrado liberaram densas nuvens de fumaça. Carregada pelos ventos, essa massa de poluição viajou até o Sudeste, cobrindo cidades como São Paulo e Belo Horizonte com um céu acinzentado e odor de queimado. O episódio foi um alerta claro: não se trata mais de um problema distante da vida urbana, mas de um risco direto à saúde da população.
O impacto da fumaça na saúde
A fumaça dos incêndios contém uma mistura de gases tóxicos e partículas ultrafinas conhecidas como PM2.5, que penetram profundamente nos pulmões e podem atingir a corrente sanguínea. Diversos estudos associam essa exposição ao aumento de doenças respiratórias, cardiovasculares e até neurológicas. Crianças, idosos e pessoas com condições pré-existentes, como asma e bronquite, estão entre os mais vulneráveis. Em 2025, estima-se que os incêndios florestais tenham contribuído para centenas de milhares de mortes prematuras em todo o mundo, além de elevar o número de internações hospitalares.
O boom do mercado de qualidade do ar interno
Diante desse cenário, cresce em escala global a busca por soluções de Qualidade do Ar Interno (QAI). Estudos de mercado apontam que:
- O setor de monitoramento da qualidade do ar interno deve alcançar cerca de US$ 8,67 bilhões em 2025, com projeção de quase US$ 19 bilhões até 2034 (Precedence Research).
- O mercado de purificadores de ar inteligentes, que inclui dispositivos de uso residencial e corporativo, está avaliado em US$ 11,2 bilhões em 2025, com previsão de atingir US$ 27,6 bilhões até 2033 (Yahoo Finance / Allied Market Research).
Esse crescimento acelerado reflete a consciência de que a poluição causada por incêndios não respeita fronteiras: ela percorre milhares de quilômetros, atravessa países e chega aos ambientes internos de casas, escritórios, hospitais e escolas.
Iniciativas globais de monitoramento
Enquanto empresas desenvolvem soluções para proteger a saúde das pessoas, governos e organizações internacionais ampliam a vigilância sobre os incêndios.
- O Canadá lançou o WildFireSat, projeto que prevê uma constelação de satélites equipada com sensores infravermelhos para rastrear incêndios e a dispersão de fumaça em tempo real. O investimento, de mais de US$ 70 milhões, promete economizar bilhões em custos de saúde e infraestrutura.
- Já a União Europeia, em parceria com a FAO, opera o Global Wildfire Information System (GWIS), que integra dados de diferentes satélites para fornecer mapas globais e previsões quase imediatas. Essa ferramenta é crucial para coordenar respostas internacionais e avaliar riscos climáticos.
Essas iniciativas reforçam a compreensão de que estamos diante de um desafio transnacional, que exige cooperação entre ciência, tecnologia e políticas públicas.
4 tendências tecnológicas no enfrentamento dos incêndios
Ao observar as respostas globais, quatro tendências emergem como pilares no enfrentamento dessa nova era de fogo:
- Satélites de nova geração
Satélites equipados com sensores de alta resolução infravermelha permitem detectar focos de fogo antes mesmo de se tornarem incontroláveis. O WildFireSat é exemplo, mas NASA, NOAA e Copernicus também avançam nessa direção. Essa tecnologia aumenta a capacidade de previsão e reduz os tempos de resposta.
- Inteligência artificial e big data
Com o uso de IA, é possível analisar variáveis como clima, vegetação e histórico de queimadas para prever onde novos incêndios podem começar e como eles irão se espalhar. Modelos preditivos já estão sendo aplicados nos EUA, Austrália e União Europeia.
- Drones autônomos
Eles são cada vez mais empregados para mapeamento em tempo real, transporte de sensores e até combate inicial às chamas, despejando retardantes em locais de difícil acesso. Essa tecnologia promete ser um recurso valioso para brigadas locais e sistemas de defesa civil.
- Purificação do ar e ambientes seguros
Se combater o fogo na origem é crucial, proteger as pessoas da fumaça tóxica é igualmente urgente.
E aqui surge uma revolução tecnológica nos ambientes internos. Ao contrário dos filtros convencionais, que apenas retêm partículas quando o ar passa por eles, tecnologias como a ActivePure, trazida pela Ecoquest ao Brasil, atuam de forma ativa e contínua. Elas neutralizam poluentes, vírus, bactérias e partículas em suspensão no ar e em superfícies, criando ambientes realmente seguros. Essa inovação é estratégica não apenas em hospitais e empresas, mas também em residências, escolas e hotéis, onde a exposição prolongada à poluição pode trazer impactos irreversíveis à saúde.
Conclusão
Os episódios recentes no Brasil, no Canadá, na Austrália e na Europa mostram que ninguém está imune aos efeitos do fogo e da fumaça. Mas também revelam uma oportunidade: a de desenvolver e adotar tecnologias de resiliência climática capazes de salvar vidas.
Sejam satélites que mapeiam a direção da fumaça, algoritmos que preveem o próximo foco de incêndio, drones que atuam em áreas críticas ou sistemas de purificação de ar em ambientes internos, a mensagem é clara: o futuro exige inovação para enfrentar os desafios que o fogo nos impõe.
fontes: https://www.ainvest.com/news/wildfire-smoke-air-quality-tech-boom-investing-climate-resilient-solutions-2508/
https://www.precedenceresearch.com/indoor-air-quality-monitoring-system-market?utm_source=chatgpt.com
https://www.technavio.com/report/indoor-air-quality-solutions-market-industry-analysis?utm_source=chatgpt.com