A qualidade do ar interno entra no radar econômico global

30 de junho de 2025

No último mês, o Fórum Econômico Mundial publicou um artigo com um alerta contundente: a má qualidade do ar em ambientes internos está diretamente relacionada a 3,2 milhões de mortes prematuras por ano. O dado, impactante por si só, ganha ainda mais força ao ser discutido em um espaço voltado à economia global, inovação e políticas públicas de largo alcance.

O texto, assinado por Ajit Singh e Nicole Cowell e publicado em 24 de junho de 2025, marca uma virada simbólica: assuntos tradicionalmente tratados como temas de saúde pública e ambiental começam a ganhar espaço no centro das decisões econômicas globais.

Um problema invisível — mas urgente

Embora o debate sobre poluição atmosférica seja recorrente nas pautas ambientais, a poluição do ar interno — aquela que respiramos em casa, no trabalho, na escola ou em ambientes públicos fechados — segue subestimada, apesar de seus impactos reais e mensuráveis.

O artigo do Fórum destaca que, em média, passamos mais de 90% do tempo em ambientes fechados, onde a presença de poeira fina (PM2,5), compostos orgânicos voláteis (COVs), fungos, vírus e contaminantes biológicos é constante. Muitos desses poluentes são invisíveis, mas afetam diretamente a saúde respiratória, o desempenho cognitivo, a produtividade e o bem-estar geral das pessoas.

E se os danos à saúde humana não forem suficientes para justificar a urgência do tema, há também uma dimensão econômica: custos com doenças, absenteísmo, queda de produtividade e sobrecarga no sistema de saúde pública.

Um tema de saúde — mas também de infraestrutura e investimento

Ao trazer o tema para o centro do debate econômico, o Fórum Econômico Mundial reforça que qualidade do ar não é apenas uma questão médica, mas uma variável crucial na construção de cidades saudáveis, resilientes e economicamente sustentáveis.

Investimentos em tecnologias de monitoramento e purificação do ar, melhorias em sistemas de ventilação, controle de umidade e uso de materiais de baixa emissão passam a ser vistos não como gastos, mas como estratégias inteligentes de longo prazo — com retorno direto na produtividade das empresas, na qualidade de vida da população e até mesmo no desempenho de estudantes e profissionais.

O artigo cita ainda que a atenção ao ar interno é fundamental para lidar com doenças respiratórias emergentes, pandemias futuras e o agravamento de condições crônicas como asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), além de influenciar diretamente a saúde mental e o desempenho neurológico.

A dimensão econômica do problema

Além da tragédia humana, os impactos da má qualidade do ar interior são economicamente devastadores. Segundo o Banco Mundial, os custos globais com saúde relacionados à poluição por partículas finas (PM2,5) alcançaram US$ 8,1 trilhões em 2019, ou cerca de 6,1% do PIB mundial.

No contexto europeu, o professor Pawel Wargocki, da Technical University of Denmark (DTU), a poluição do ar em ambientes fechados gera, só na Europa, a perda de cerca de 2 milhões de anos de vida saudável por ano — somando os anos encurtados por mortes prematuras e os vividos com doenças causadas por essa exposição, gerando um custo estimado de US$ 200 bilhões anuais. Esse valor engloba desde despesas hospitalares e tratamentos médicos até perdas econômicas por absenteísmo e queda de desempenho.

Ou seja, garantir ar limpo não é apenas uma questão de saúde pública — é uma decisão estratégica de longo prazo para governos, empresas e instituições.

 

O que está em jogo

Ao tratar da qualidade do ar interno como uma prioridade global de saúde, o Fórum sinaliza um novo momento. A expectativa é que governos, empresas e instituições comecem a incluir normas mais rigorosas, incentivos à inovação e métricas de avaliação ambiental interna em seus projetos e políticas.

Isso inclui, por exemplo:

  • Adoção de tecnologias de purificação do ar;
  • Criação de protocolos obrigatórios de ventilação e renovação do ar;
  • Certificações que valorizem ambientes saudáveis;
  • Incentivo à pesquisa e desenvolvimento de soluções que integrem saúde e sustentabilidade.

Conclusão

A publicação recente do Fórum Econômico Mundial representa um passo importante para a consolidação do tema “qualidade do ar interno” no centro das decisões que moldam o futuro das cidades e da economia global. Ao reconhecê-la como uma prioridade de saúde pública com impacto econômico direto, o mundo dá mais um passo em direção a um modelo de desenvolvimento que respeita os limites do corpo humano — e do planeta.

Se a qualidade do ar que respiramos dentro de casa e no trabalho pode determinar nossa saúde e nossa produtividade, é hora de tratá-la com a mesma seriedade com que tratamos a água que bebemos ou os alimentos que consumimos.

 

 

Indoor Air Pollution: A Slow Killer in Need of Awareness, Data, and Investment

 

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Somos uma empresa com ampla experiência em soluções para tratamento do ar interno e do ar de exaustão, construindo histórias de sucesso em diferentes segmentos do mercado.

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