Afinal, o que é um edifício saudável, em termos de qualidade do ar?

30 de julho de 2025
Sustentabilidade e ESG

A pandemia da Covid-19 trouxe à tona uma discussão por muito tempo deixada de lado: a qualidade do ar que respiramos em ambientes fechados. Escritórios, escolas, hospitais e outros edifícios podem abrigar microrganismos e poluentes invisíveis que afetam a saúde das pessoas. Diante disso, instituições e especialistas passaram a rever os padrões de ventilação e purificação do ar em busca de ambientes mais seguros.

A recomendação de 30 CFM por pessoa: o estudo de Harvard

Em 2022, o Dr. Joseph Allen, da Harvard T.H. Chan School of Public Health, coassinou um relatório que propunha novas recomendações para a qualidade do ar em espaços internos. O documento, intitulado Proposed Non-infectious Air Delivery Rates (NADR), vai além do combate a doenças infecciosas: alerta também para a exposição contínua a poluentes do ar, fumaça de queimadas e toxinas em suspensão.

Segundo o estudo, para que um edifício seja considerado saudável, é necessário garantir uma taxa mínima de 30 CFM (pés cúbicos por minuto) de ar limpo por pessoa — cerca de 51 m³/hora. Esse valor está acima do que muitos edifícios praticam hoje e sinaliza uma mudança de paradigma na forma como planejamos os ambientes em que vivemos e trabalhamos.

Adoção do padrão pela ASHRAE: um novo referencial global

A proposta de Allen ganhou força internacional. Em 2023, a ASHRAE (Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar-condicionado) publicou o novo Standard 241, focado na redução da transmissão de doenças infecciosas pelo ar. Entre as diretrizes, destaca-se a incorporação do conceito de “fluxo de ar limpo equivalente” e a confirmação da importância dos 30 CFM por pessoa em locais com alta ocupação ou sensíveis do ponto de vista sanitário.

O que mais caracteriza um edifício saudável em termos de ar?

Além da ventilação adequada, edifícios saudáveis combinam uma série de estratégias para garantir ar limpo e seguro:

  1. Monitoramento contínuo da qualidade do ar

Sensores instalados nos ambientes permitem avaliar em tempo real indicadores como:

  • CO₂ (dióxido de carbono): altos níveis sugerem má ventilação.
  • Partículas em suspensão (PM2.5 e PM10): associadas a doenças respiratórias e cardiovasculares.
  • COVs (Compostos Orgânicos Voláteis): gases emitidos por tintas, colas e produtos de limpeza com potencial tóxico.

2. Controle da umidade relativa

Manter a umidade em torno de 60% é fundamental para evitar mofo, ácaros e bactérias. Ambientes muito úmidos ou muito secos afetam materiais e a saúde dos ocupantes.

3. Purificação ativa do ar

Tecnologias como a fotohidrólise e a radiação UV-C eliminam microrganismos diretamente no ar, mesmo com o ambiente em uso. São mais eficazes do que apenas filtrar o ar e complementam os sistemas tradicionais.

4. Redução das fontes internas de poluição

A escolha de materiais impacta a qualidade do ar. Edifícios saudáveis evitam:

  • Móveis e carpetes que liberam formaldeído;
  • Produtos de limpeza com solventes agressivos;
  • Tintas e adesivos com compostos tóxicos. O ideal é optar por itens com baixa emissão de VOCs.

5. Ventilação natural e elementos biofílicos

Projetos que favorecem a ventilação cruzada e a entrada de luz natural ajudam a renovar o ar. A integração com jardins e o uso de plantas nos ambientes também melhora a qualidade do ar e promove bem-estar.

Os benefícios de investir em um edifício saudável

A má qualidade do ar pode prejudicar o desempenho cognitivo, aumentar o número de faltas por doenças e elevar o risco de problemas respiratórios. Por outro lado, edifícios que priorizam o ar limpo colhem benefícios como:

  • Redução de até 30% nos afastamentos por doenças;
  • Aumento significativo na produtividade e no foco dos ocupantes;
  • Menor desgaste de móveis e menor incidência de mofo;
  • Valorização imobiliária e maior procura por parte de usuários.

Um novo padrão para empresas e cidades

Com a disseminação de normas como a da ASHRAE, cresce também o papel das empresas e dos gestores prediais na criação de ambientes mais seguros. Investir na qualidade do ar é, hoje, uma decisão estratégica. Trata-se de cuidar da saúde pública, promover bem-estar e garantir eficiência nos espaços de trabalho e convivência.

Seja com ventilação adequada, sensores inteligentes ou tecnologias avançadas de purificação, os edifícios do futuro já começaram a ser construídos — e o ar que se respira neles faz toda a diferença.

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