A contaminação que vem do ar: o impacto dos bioaerossóis na indústria

2 de dezembro de 2025

Quando falamos em qualidade do ar nas indústrias, muitas pessoas ainda pensam apenas em ventilação ou em conforto térmico. Mas a realidade é outra: o ar é um dos principais vetores de contaminação microbiológica em ambientes produtivos — e isso vale para alimentos, cosméticos, bebidas, farmacêuticos, produtos de limpeza e praticamente qualquer setor que manipule matéria-prima sensível.

Esse risco ganhou destaque nos últimos dias, após a Anvisa determinar o recolhimento de lotes de sabão líquido Ypê por contaminação.

Segundo a própria empresa a “Pseudonomas aeruginosas” é uma bactéria comumente presente no ar e na água, com mínima probabilidade de impacto na segurança dos produtos e de consumidores. Porém, de forma isolada, este microrganismo pode causar ou agravar eventual quadro infeccioso em pessoas com sistema imunológico debilitado.

O que são bioaerossóis — e por que eles importam?

Bioaerossóis são partículas biológicas partículas muito pequenas transportadas pelo ar (variando de 0,001 a 100 μm) que se originam biologicamente de plantas/animais e podem conter organismos vivos:

  • bactérias
  • vírus
  • fungos e esporos
  • fragmentos celulares
  • endotoxinas

Eles são liberados continuamente por processos industriais, por pessoas, pela matéria-prima, pelo maquinário e pela própria estrutura física do prédio. Mesmo ambientes com filtragem de ar e climatização podem apresentar altas cargas microbianas ao longo do dia.

O ar é um vetor de contaminação na indústria alimentícia, portanto é um grande risco de contaminação  em ambientes de produção de alimentos quando ele não é tratado

A ausência de normas ou diretrizes estabelecidas que definam limites quantitativos para microorganismos presentes no ar evidencia uma lacuna crítica nos atuais marcos regulatórios.

Por que controlar o ar é tão difícil?

Controlar a qualidade do ar em ambientes industriais é um desafio porque, mesmo com filtros HEPA, barreiras sanitárias e protocolos rigorosos, diversos elementos do próprio processo produtivo geram variações constantes na biocarga do ambiente. Entre os principais fatores estão:

  • Ausência de ambientes com controle de temperatura / umidade
  • Ausência de ventilação mecânica com filtragem adequada
  • Circulação de colaboradores
  • abertura de portas
  • operação de máquinas
  • manipulação de ingredientes
  • geração de umidade
  • liberação contínua de poeira e micropartículas ao longo do processo
  • Quebra no protocolo estabelecido na indústria

Essas variáveis colocam novas partículas biológicas em suspensão ao longo do dia e tornam o ambiente difícil de estabilizar. Além disso, limitações naturais da limpeza manual e a presença de biofilmes persistentes atuam como fontes contínuas de microrganismos.

Um estudo recente sobre contaminação aérea na indústria de alimentos mostra que, fora de ambientes de sala limpa (cleanrooms), a carga de bioaerossóis pode variar drasticamente ao longo do dia, o que torna o risco de recontaminação um fenômeno contínuo e difícil de controlar apenas com medidas convencionais de filtragem e sanitização do ar.

Por que tecnologias ativas são fundamentais

Esse contexto torna evidente que apenas filtrar o ar não basta. Tecnologias passivas, como filtros HEPA, dependem do ar chegar até o equipamento — e isso pode demorar horas. Ainda, os bioaerossóis podem estar acumulados em áreas de difícil limpeza e formando biofilmes resistentes.

Por isso as indústrias mais avançadas já adotam tecnologias ativas como ActivePure, que:

  • descontamina o ar e as superfícies de forma continua
  • chega aos pontos onde a limpeza não alcança,
  • reduz bioaerossóis e risco de recontaminação,
  • é segura para pessoas e processos,
  • pode ser adotada por setores sensíveis (alimentício, cosmético, farmacêutico, hospitais).

É uma estratégia que complementa as boas práticas já existentes, reduzindo drasticamente o risco de contaminação e aumentando a segurança operacional.

Conclusão

Ignorar a qualidade do ar significa abrir espaço para recalls, perdas de lote, prejuízos financeiros e danos à reputação. O episódio da Ypê expôs ao país algo que engenheiros de qualidade, especialistas em segurança sanitária e microbiologistas já sabem: o qualidade do ar é muito importante em qualquer processo industrial, e tratá-la com tecnologias inovadoras, visando o aumento de proteção do produto, é fundamental não só para a saúde coletiva mas também para o aumento da reputação da empresa.

Logo Ecoquest

A Ecoquest

Somos uma empresa com ampla experiência em soluções para tratamento do ar interno e do ar de exaustão, construindo histórias de sucesso em diferentes segmentos do mercado.

Artigos Relacionados

Banheiros coletivos e aromatizadores: o perigo dos ftalatos para a saúde

Como a qualidade do ar interno afeta a saúde das crianças

O ambiente de trabalho como cultura: como bem-estar e performance se relacionam

Inscreva-se em Nossa Newsletter

Ao se inscrever você concorda com os termos da Política de Privacidade